A nossa viagem ao Borneo já vinha de um sonho antigo, o sonho de visitar esta enorme ilha repleta de pequenas surpresas.
A logística com duas crianças e um bebé pequenino, é um bocadinho mais complexa e posto isto decidimos fazer base em um só lugar.
Voámos para Kota Kinabalu de Hong Kong, onde alugámos um carro no aeroporto. Para fazer a vontade ao Afonso e para estarmos à vontade neste tipo de estradas optámos por trazer um Jipe. Acho que foi a primeira vez na vida que nos deram o carro que alugámos no site, ficamos sempre com a versão podre do que “nos vendem”!!
O hotel está a 40 minutos da cidade, perdido no meio da selva – Shangri-la Rasa Ria. Optámos sempre por um hotel numa cadeia onde somos membros e temos pontos. Os pontos convertem-se em noites grátis e o estatuto do cartão de sócio dá sempre regalias – neste caso upgrade!
Como já somos uma família numerosa, e apesar do Francesco não ocupar um lugar de cama tivemos que ter dois quartos adjacentes. Esta parte é importante, porque são dois quartos que se conectam por uma porta interior. Um quarto para os miúdos e outro para nós! Podíamos fechar a porta e fingir que estávamos de férias os dois durante umas horas!!!!
As facilidades de ficar num resort destes é que existe muitas atividades para os miúdos, desde dos 5 escorregas, o kids club, os passeios na selva, as atividades aquáticas aos serviços de babysitting.
Todos os dias tínhamos planeado uma atividade. Sabíamos que com os três não íamos conseguir fazer nem metade do que gostaríamos, mas conseguimos fazer muito mais do que estávamos a contar:
Kota Kinabalu
Visitámos os mercados locais e provámos as cenas várias bizarras que vendiam, isso e trouxemos todo o tipo de malaguetas que encontrámos! A mesquita que é a atração principal, vimos de fora (no carro) porque fomos tão gentilmente expulsos do recinto exterior por razão que desconheço até hoje. Também vimos o festival de luzes, pequenino, mas que fez o dia aos miúdos! E terminámos a jantar numa “tasquinha” camarões e lagosta panada.
Nota: cuidado tudo o que não é cozido nesta terra é panado frito…. Peçam com cuidado, porque o nosso jantar foi um assassinato de marisco em vão! (lágrima a percorrer o meu rosto)
Mount Kinabalu e Hotsprings
A reserva natural da montanha fica a 2 a 3 horas do hotel, dependendo da sorte e dos camiões que se apanha na estrada da montanha! Com os miúdos não fizemos nenhum trekking, mas existem vários à disposição, uns maiores outros mais curtos. É daqui que partem os corajosos que sobem até ao cume para ver o nascer ou por do sol. Deve ser um percurso lindíssimo de se fazer! Mas não é para nós!! O jardim botânico também é um must, os miúdos adoraram e há plantas carnívoras que são sempre uma emoção de se ver! A meia hora daqui existe o maior flop na história das termas – umas termas frias. O Tini e a Mimi deliciaram-se com a água gelada, enquanto eu e o Francesco repousámos as nossas pernas gordas na água por 5 segundos! Se me perguntarem se aconselho… não vale o desvio!
Crocodile Farm
Ora aqui está uma atividade que eu me arrependo amargamente de fazer, para além do Tini, eu também tive pesadelos durantes umas semanas. Imaginem só milhares (e não estou a exagerar) de crocodilos, uns a apanhar sol, outros de boca aberta, uns em cima dos outros, outros de tamanho de dinossauros… tudo à espera que caísse ali um petiscozinho – A S S U S T A D O R. Para além que depois de me debruçar sobre o assunto não percebo o incentivo de uma “quinta de crocodilos”. Pensem lá comigo: cada um come 10 galinhas por dia x 3000 crocodilos (o número de bichos desta quinta) dá 30 MIL galinhas por dia…. O que faz com que tenham que ter um aviário, não é! Não há quem pague isto, ou será que ficam à espera de que um bicho morra para vender a pele à Hermes? Just thinking outloud…
Sepilok: Orangutan Rehabilitation Centre e Bornean Sun Bear Conservation Centre
É mais ou menos do outro lado da ilha, a uns 400 quilómetros de estrada montanha, o equivalente a 8 horas de caminho sem certeza de chegar inteiro. Optámos por apanhar um voo da Air Asia de 40 minutos por 40 euros ida e volta! Vale cada cêntimo! Relativamente ao centro está muito bem preparado, não parece que estamos num lugar onde os orangotangos vivem. É apenas um passadiço de madeira pelo meio da selva, e nós tivemos a sorte de nos “esbarrar” com um orangotango sénior, nos primeiros 5 minutos, a fazer a limpeza geral ao seu material. Mas não interessa nada o que estava a fazer, porque o vimos no seu HABITAT NATURAL e isso é simplesmente o melhor que se pode pedir. Daí seguimos para a zona de reabilitação dos orangotangos – onde os cuidam e treinam para voltarem ao habitat deles. Via-se uma clara hierarquia de macacos, os primeiros a comer e os que comiam as cascas… uns mais palhaços a fazer as suas graças de um poste para outro, e as meninas mais ternurentas, ao ponto que uma ando aos beijinhos com a Mimi através de uma janela… Quando terminámos de adorar estes macacos queridos ainda tivemos tempo de ir ver o santuário dos ursos do sol (traduzido à letra) que é do outro lado do parque de estacionamento dos orangotangos. Estes ursos são a coisa mais querida do mundo, imaginem o Winnie the pooh… é isso… são mínimos, género um peluche gigante!! Vimo-los a fazer as “cenas” deles – comer térmitas e dormir.
Tunku Abdul Rahman Marine Park
Ou as ilhas paradísicas que fomos. Apanhamos um barquinho no porto de Kota Kinabalu – marcado e negociado na hora, não marquem por agência que não compensa. Demoramos 20 minutos de barco se tanto, mas infelizmente é uma viagem feia, muito muito lixo no mar. Nós optamos por fazer duas ilhas: Manukan e Mamutik. Gaya é a ilha grande e mais conhecida, mas dizem que é impossível com a quantidade de turistas. Estas duas ilhas são paradisíacas, e como a lei manda – água cristalina, nemo e os amigos dentro de água e pouco cheias. Manukan tem 2 ou 3 hoteis / bungalows e 3 restaurantes, enquanto a outra só tem um restaurante. Foi um dia de praia em cheio.
Rasa Ria
Last but not least, onde fica o nosso hotel. A verdade é que a praia é enorme e apesar de não tem a água cristalina tem ondas!!! Surfámos, fizemos muita praia até fecharem a praia 3 dias por alforrecas daquelas mesmo má darem à costa. Aí recorremos aos escorregas mágicos e às maravilhas da zona dos miúdos. Afinal de contas os miúdos não precisam de muito, água, umas pedras, uns paus, umas folhas e está ótimo!
Adorámos esta parte, mas ainda há tanto por descobrir. Sei que o outro lado da ilha é de sonho e tem umas praias género MALDIVAS!!
Vai ter de ser para outra vez!
Boas viagens
