A nossa primeira viagem a cinco não poderia deixar de ser uma “volta às origens”. Origens que são mais minhas que deles, mas nunca deixam de uma forma ou de outra fazer parte deles.

Os meus avós moram em Nice, já fomos várias vezes visitá-los e conhecemos bem aquele lado da costa. Desta vez decidimos ir para a outra parte da Cotê d’azur, a minha preferida.

Truque: Voar para Marselha, o aeroporto é maior e os voos são mais em conta.

Dia 1 – Saint-Raphaël

Os voos para Nice estavam caríssimos e sendo uma família numerosa que já paga 4 bilhetes + extra de bebé, optámos por voar para Marselha (45 euros ida e volta pela TAP).

Levantámos o carro alugado no aeroporto e fomos diretamente para Saint-Raphaël onde alugámos uma casinha no airbnb.

Saint-Raphaël é uma vila à beira mar que fica, mais ou menos, entre Marselha e Nice. A vila em si não é nada de especial, mas é um bom compromisso para navegação de um lado e outro deste lado da costa.

Depois dos voos, carros, estradas e afins terminámos o dia em família que foi o mais importante e afinal de contas era todo o propósito desta viagem!

Dica: para quem não vem ver a família como nós, podem passar a tarde a conhecer Marselha ou a ir ver os campos de lavanda em Aix-en-Provence.

 

Dia 2 – Cannes

Cannes é conhecido pelo festival, mas é tão mais que um monte de vedetas glamourosas de vestido de gala a ir ver uns filmes!

Passeámos pelas ruas cheias de lojas boas, bonitas e inacessíveis até acabarmos na Promenade de la Croisette (que está parcialmente em obras).

A praia estava inacreditável e para nós do oceano Atlântico este mar é de sonho. Os miúdos começaram vestidos e acabaram encharcados de cuecas e fraldas, mas felizes. Lá improvisei a fralda de pano do Francesco como toalha para os dois e quase secos passámos para um restaurante de praia para o nosso “late lunch”. Nesta algazarra o Francesco abriu os olhos duas vezes e uma delas foi para comer.

Ao fim da tarde regressámos para a zona de Saint-Raphaël onde terminámos a jantar em família num restaurante, na estrada “marginal” a uns quilómetros do centro – a diferença entre jantar com locals e no meio do turista.

Cannes – Saint-Raphaël 40 minutos de carro pela A8, 1 hora pela costa

 

 

Dia 3 – Issambres & Saint-Tropez                   

A ideia da viagem era estar em família e mostrar à minha família coisas e vivenças do meu passado.

Começámos o dia em San Peïre des Issambres, a praia principal dos Issambres, a praia preferida da minha mãe.

 

Um pouco de história:

O meu avô é de Antibes, a minha avó de Nice, depois de casados foram viver para Paris onde o meu avô era o professor de esgrima (epée), faziam férias na casa dos Issambres, perto de onde vivam as irmãs da minha avó. Foi nos Issambres que os meus pais fizeram a festa de casamento e onde eu fui batizada. Quando o meu avô se reformou decidiram mudar-se para a montanha – Bagnoles-on-Forêt, a primeira vila na entrada aos Alpes de quem vem da costa – onde todos os anos o meu irmão e eu passávamos 1 mês das férias de verão. E agora velhinhos mudaram-se para perto dos médicos, e estão no centro da cidade de Nice, mas a 3 minutos a pé do mar. Nice tens os seus contras, mas em contrapartida tem uns muitos bons prós!

 

 

Mas voltando ao relato das férias, os miúdos e eu fizemos praia enquanto o meu tio, o Francesco e o Afonso conversavam em FRANCÊS – o meu marido é prendado, faz um esforço enorme e inventa muitas palavras, mas nunca deixa de falar!

E depois fizemos um almoço daqueles em família como não fazíamos há muito tempo, uns comiam ostras, outros riam, outras pediam mais pão, a minha avó (boss de 87 anos) pediu 3 sobremesas só para ela, mas acho que quando chegas a esta idade fazes o que queres só PORQUE SIM!

Em seguida fomos ver a nossa casa antiga e a casa do resto da família!! Se alguma vez estiverem por estes lados, tiverem tempo e quiserem ver uma vista de cortar a respiração, subam a estar colinas dos Issambres.

Ao fim do dia fomos os cinco a Saint Tropez. Tivemos sorte porque apanhámos o final da Regatta Les Voiles de Saint-Tropez. A cidade estava cheia, barcos por todo o lado (mais que o normal), festas nos barcos, demasiados homens em tronco nu (a minha sorte é que o marido não lê o blog!!), uma fila descomunal para os gelados e um concerto. Muita gente, demais até, nunca tinha apanhado tanta gente, nem em agosto, por sorte a zona mais recatada da vila estava vazia e os miúdos ainda foram (metade) ao mar!

Já tarde, parámos para jantar em Sainte-Maxime. Existe uma pequena rua pedonal cheia de restaurantes e barzinhos, como não reservámos foi só à 4 tentativa, mas jantámos muito bem!

Saint-Tropez – Saint-Raphaël 1h 15 minutos

 

 

Dia 4 – Bagnoles-en-Forêt

Dia de ir revisitar a montanha da minha infância. Levantámo-nos cedo, ou mais cedo que nos dias anteriores e rumo aos Alpes. Bagnoles-en-Forêt é a primeira aldeia/ vila dos Alpes de quem vem do mar. É uma aldeia pequenina pequenina, não se passa muito, mas era onde eu ia passar férias todos os anos. Nas minhas memórias era tudo tão maior, as distâncias maiores, as casas e aldeia maior… Passeámos pela vila e depois fomos para a zona dos trekkings.  

Fizemos uma mini caminhada ate um sítio com uma vista de cair para o lado, parámos respirámos o ar puro, os miúdos lancharam e o Francesco mamou – parecia que estava num filme, tudo encaixava na perfeição!

Fomos às sources buscar água e o Tini ficou com muita força e muito rápido depois de beber a água especial do druida. E assim passámos o resto do dia entre caminhadas, vistas, druidas e por fim o aeroporto.

A viagem de volta correu tao bem como a ida, mas a cereja em cima do bolo foi o Tini ter tido a oportunidade de aterrar no cockpit – para quem não sabe o Tini é o maior fã de tudo o que o toca a aviões, incluído o que as aterragens que ele vê em loop no meu telefone!!!

 

 

E assim se passaram 4 maravilhosos dias na minha terra.

O próximo post será com dicas de roteiros por esta zona, estão interessados?

Boas viagens