A semana passada recebi um telefonema inesperado de uma amiga a convidar-me para ir à Lituânia.

O objetivo da viagem era ver o jogo da seleção Portuguesa, mas como duas apaixonadas por viagens sabíamos que ia ser muito mais que o jogo, até porque nós percebemos médio de futebol e muito de viagens!

Apanhámos o primeiro voo que saí do aeroporto de Lisboa, em direção a Frankfurt, às 5.05 da manhã. O excitamento era tal de conseguir organizar os miúdos, as rotinas e fazer uma escapadela de mães que fomos à conversa o tempo todo.

Chegámos a Vilnius à 1.30 da tarde hora local, comprámos um cartão SIM com internet, como boas bloggers, e fomos ao hotel deixar as malas.

Vilnius é uma cidade pequena e do aeroporto ao centro da cidade são 15 minutos no máximo. Partimos à descoberta da cidade depois de um cocktail de boas vindas.

O nosso hotel estava super bem localizado e fizemos tudo a pé.

Começamos pela Torre do Castelo de Gedimino, que era literalmente à frente do hotel, um castelo do sec. XIII. Pode subir-se a pé ou apanhar o elevador panorâmico à torre – claro que nós apanhamos o elevador! Viemos sem filhos, mas continuamos a gostar de facilitar as coisas!

Conta a lenda que o Duke Gediminas apaixonou-se pelo local numa das suas idas à caça e mandou construir um castelo no topo desta colina, que um dia mais tarde se tornou a capital do país. Mais ou menos eu quando fui à barragem de Montargil com 2 anos e decidi que aquilo ia ser o centro do mundo (dos Bordino ó Salema)!

Para nós vindas de um país de castelos, a torre não impressiona, mas a vista da cidade, do topo, é simplesmente de cortar a respiração.

   

Passámos pela catedral e universidade principal da cidade rumo ao centro histórico. A rua mais conhecida e mais animada – Didizioji – está cheia de restaurantes, cafezinhos e bares giros. Como excelentes turistas parámos para degustar as iguarias locais, mas acabámos com um Aperol Spritz e um género de sandes wannabe de mozarela de cair para o lado.

Frescas e fofas continuámos rua acima, uma rua que mistura edifícios soviéticos, barrocos e monumentos medievais, um verdadeiro mix and match do novo, do velho e do antigamente.

Parámos em praticamente todas as tendinhas do mercado de rua e comprámos, obviamente, colares de âmbar do báltico – sim são daqui a 1/3 do preço de Portugal!

E depois de vermos todas as praças e igrejas do centro histórico celebrámos com um shot de cafeína, num cafezinho pitoresco de uma esquina na praça dos “Portões do Amanhecer”. Irónico, agora que escrevo sobre isto, percebo o trocadilho do café do amanhecer!!

Falhámos redondamente a parede defensiva de Vilnius – ao que parece é um monumento importante – mas com as horas de sono que tínhamos, tudo nos é perdoado.

Mesmo assim visitámos a “ilha” ou bairro independentista da cidade – Uzupio. Para quem já foi a Copenhaga é um género de Christiania. Ou seja, é um bairro que se declarou independe da “cena toda”. Onde vivem os artistas e as paredes têm arte em vez de janelas. O rio é habitado por jovens a conviver com cervejas e outras drogas. Existem várias galerias de arte e vêem-se pessoas nos seus workshops com barro até às orelhas. Aqui tudo é cool e alternativo – mais ou menos como o LX Factory!

Cansadas de andar enlouquecemos e chamámos o Uber para o hotel – 13 minutos de trajeto e 2.63€. Claro que daí em diante desistimos da loucura de cansar as pernas e adquirimos motorista!

No dia seguinte, acordámos com despertador às 9.48 da manhã, só porque o pequeno almoço fechava às 10. Como boas portuguesas vestimos qualquer coisa e fomos aproveitar as regalias do hotel. Depois de experimentar um pouco de tudo, opinar sobre os homens Lituanos vestidos de fato de treino ao pequeno almoço é que realizamos que poderiam ser da seleção, aqueles que iam jogar contra nós. Hoje que sei que era mesmo a seleção penso, como é que eles arriscam?? Podíamos ter posto laxante naqueles ovos mexidos… e depois como é que era? O que vale é que não a nossa seleção é tao boa que não precisa de ajuda da dupla Sofs e Bia, somos apenas amuletos de sorte.

O segundo dia formos ao ponto alto da Lituânia – Trakai – um castelo pinturesco no meio de lago que fica 30 quilómetros do centro da cidade e a 30 minutos de transportes públicos. Nós demoramos 20 de Uber e pagamos 18 euros, à volta usámos o Bolt e foram só 16 euros, time is money e nós tinhámos que ir às compras!

Trakai é uma vilazinha rodeada de vários lagos que ao que parece de inverno congelam completamente, nós apanhamos calor que quase que dava para irmos a banhos!

O castelo famoso fica numa ilha no lago Galvê e está rodeado de atividades e comércio a fazer render o pouco turismo que há. Lojinhas com âmbar, espadas e escudos medievais, matrioskas russas e empadas – um dos pratos típicos. Nós fizemos tudo o que tínhamos direito, vimos tudo, compramos parte. À volta do castelo existem vários barcos que levam os turistas a dar uma volta pelo lago, alguns oferecem tour com explicação histórica outros oferecem só a empanada – os tours estão entre os 3 e 5 euros por pessoa, 30 minutos.

O castelo foi todo reconstruído e está em excelentes condições, tem uns jardins verdes a delinear o fim do castelo e o início do lago. Vagueamos pelas salas repletas de história, objetos antigos e tesouros Lituanos. Percebemos que o castelo foi construído e devastado várias vezes pelos “maus”, como nós tivemos os mouros, os espanhóis e os franceses, eles tiveram os Teutonic Knights.

No fim da aula de história fomos finalmente degustar os pratos típicos da Lituânia – a diversas empanadas, as batatas e a sopa de beterraba. Bem, esta sopa fria é simplesmente INACREDITÁVEL, para alem de ter uma cor linda é super saborosa.

A meio da tarde e de barriga cheia voltámos para o centro da cidade. Tentámos visitar o Museu do KGB, que com muita pena minha estava fechado, e deambulámos entre ruas, ruelas, igrejas e lojas de roupa!

Ao fim do dia vestimos a farda portuguesa e fomos ver o jogo de Portugal. Quando chegámos ao Estádio não queríamos acreditar no tamanho – o estádio do Estoril Praia leva mais 3000 pessoas que este, se é que me estão a perceber. A zona de Portugueses era mínima, deviam estar uns 200 portugueses no máximo, mas mesmo assim eram eles e nós que animámos todo o Estádio. Os 112 fuzileiros em missão mandavam as pessoas baixarem-se e começavam a mítica onda feita de pessoas, cantavam as típicas músicas de futebol e gritavam até as pessoas do lado (nós) ficármos surdas.

Foi a segunda vez que fui ao Estádio ver a “bola”, sendo que a primeira foi no coração da China – Wuhan – e foi para ver um jogo do mundial feminino. O segundo pelo menos foi um jogo mais importante, mesmo se o Estádio deixou a desejar. Realmente agora percebo a emoção que é ir ver os jogos, a onda e ambiente são inacreditáveis e ainda por cima quando a nossa equipa marca 5 golos, mesmo se 2 deles não vimos por estarmos na galhofa!!

No final do jogo fomos com todos os adeptos esperar pelo autocarro da seleção, dançamos samba – dança tradicional portuguesa – e depois fomos expulsos pelos lituanos porque não havia autocarro para ninguém. Moral da história: Ha-des de cá vir Oh Cristi, eu fui até à Lituânia para te ver e nada, nem um adeus….

Adormecemos tarde e a mal horas, e duas horas depois estávamos a caminho do aeroporto de volta para a nossa família.

Foram 2 dias e meio de muita emoção, de muito passeio, algum relaxe e acima de tudo de uma nova aventura!

Obrigada querida Sofia.

 

Boas viagens