Tudo começou quando a caminho de casa da nossa viagem à Ásia, em março de 2018, recebemos 4 maravilhosos bilhetes de compensação da Emirates, isto tudo para ficarmos mais um dia no Dubai com todas as despesas pagas. Estes bilhetes eram para Bali, mas como gostamos de conhecer novos lugares e depois de umas horas passadas com o contact center da Emirates, o novo destino de férias foi escolhido – Sri Lanka. A escolha foi simples tínhamos poucos critérios: Ásia, menor tempo de escala possível, voo mais eficiente com as datas que tínhamos, disponibilidade de voo!!

Dia 1 – a viagem

Embarcamos no voo da tarde, num dia frio da depressão pós-natal e naquele sentimento de – já não consigo comer nem mais uma coisa sem explodir!

O voo foi longo, 6 horas até ao Dubai, uma mini-maratona para chegar à nova porta de embarque e mais 5.30 horas de voo até Colombo. A parte boa é que chegámos de manhãzinha (do dia 2) por isso tínhamos o dia todo pela frente.

 

Dia 2 – Dambulla

Quando chegámos tínhamos o Dylan – o nosso motorista para os próximos 5 dias – à nossa espera, tinha um papelinho que dizia: Fabuiell! Deduzi que era o meu nome em versão telefone estragado!

Levantámos dinheiro com o nosso revolut – para quem não conhece é um cartão que converte os nossos euros para a moeda local e age como um cartão local = não pagas taxas – bebemos um café mau, comprámos um SIM Card para a net do telefone e arrancámos rumo a Dambulla, no norte.

A caminho de Dambulla parámos para esticar as pernas e visitar o primeiro templo da longa lista que nos esperava no Sri Lanka – Ridi Vihara, o templo prateado.

Um pequeno templo com várias cavernas, com uns frescos inacreditáveis, um enorme Buddha dourado e zero turistas. Fiquei sem perceber o porque do nome templo prateado!? Aqui foi onde o Tini me perguntou porque é que o Buddha às vezes estava sentado, outras em pé e outras a dormir. Eu não fazia a menor ideia, agora já sei que são as várias fases da vida de Buddha.

E seguimos viagem para Dambulla, onde passámos pela maior estátua de granito do MUNDO, um Buddha claro. Impressionante, 20 metros de Buddha no meio do nada. Parámos para almoçar onde o Tini, o campeão, experimentou meter o dedo na ventoinha para ver o que acontecia – asneira não é…. Sangue, muito sangue, muitos berros, uns cortes mínimos… mas o susto foi tal que ventoinhas são quase demónios agora!

Em Dambulla a primeira paragem foi – The Golden Temple – o nome diz tudo não é! Atenção daqui também existe um caminho para os Cave temples, mas este caminho não passa pela bilheteira e os estrangeiros têm de pagar, por isso não cometam o mesmo erro que nós porque são MUITAS escadas para nada!

Cave temples ou The Royal Rock temple complex, está no topo de uma montanha como tudo neste país, são 5 cavernas diferentes, com milhares de estátuas e pinturas do Buddha – das mais importantes do país. É um must!

Dica: Vestimenta para os templos, não se pode mostrar os joelhos nem os ombros, por isso levar calça/saia comprida e t’shirt ou um lenço para tapar os ombros.

Vencidos pelo calor e cansaço da viagem rendemo-nos à piscina do hotel, no fundo, no fundo o que queríamos era estar de molho.

O nosso hotel era o Sigiriana Resort – ($80 dólares a noite), giro, confortável, comida ótima e uma piscina em com uma vista inacreditável para os campos de arroz – recomendo muito!

 

Dia 3 – Elefantes, Polonnaruwa, Sigiriya

Em conversa com o Dylan tinha-lhe dito que queríamos fazer um safari em algum dos dias, até tinha planeado para o 5º dia, mesmo sabendo que ia ser apertado. Disse-me que a caminho do Polonnaruwa – as ruínas mais mediáticas do Sri Lanka – havia um parque muito conhecido pelos seus elefantes. Como neste mundo todos se conhecem, fez dois telefonemas e às 7 da manhã estávamos à porta do parque a instalarmo-nos no nosso Jipe. A experiência é de normalmente 2.5h a 3h, nós ficámos 2h, porque os miúdos fartaram-se, mas vimos quase todos os elefantes da reserva por isso WELL DONE!!  

Entrámos no carro e aterrámos, o Dylan acordou-nos uma hora mais tarde já dentro de Polonnaruwa. Um mar de gente, de chineses… ahhh eles, as suas sombrinhas do demo e as suas 40 máquinas fotográficas estão em todo o lado!!

Polonnaruwa é uma cidade antiga estrategicamente construída, por uma dinastia de reis Indianos, para resistir à rebelião dos cingaleses e aqui exatamente porque aparentemente aqui há menos mosquitos!! (prioridades bem definidas!) Isto é um mundo, um género de Ankor Wat daqui. Para visitar todos os templozinhos, casinhas e afins é preciso um bom dia inteiro, o que não foi o nosso caso. Arranjámos um guia porque a ler o lonely planet não é suficiente, e já que aqui estávamos WHY NOT?

Começámos pelo museu que dá uma “geral” no que consiste e consistia a cidade. Há várias maquetes com o aspecto dos edifícios do seu prime time – 7 andares de palácio, templo megalómanos, e hoje são umas ruínas que nem dá para perceber o que é.

Muito resumidamente passámos pelo o que seria o palácio real e todos os edifícios de suporte incluindo os banhos/ piscinas, existem zonas onde se pode ver as paredes trabalhadas e os pigmentos na parede… SÉCULO 12!!! O “quadrângulo” – uma série de edifícios/ templos que outrora guardavam o DENTE do Buddha – ter alguma coisa que pertencia ao Buddha era para lá de sagrado, no fundo é o mesmo que ter o ossos de Santos para nós. Às tantas confesso que é tudo relativamente parecido, são kms de ruínas, tem que se ir de carro ou de bicicleta para poder visitar tudo e não desfalecer debaixo do sol que queima até as pestanas. Por fim, a parte favorita do Tini, estátuas da representação dos 4 estados da vida de Buddha:

  • de pé – a andar na vida
  • sentado com olhos fechados – a meditação
  • sentado com olhos abertos – a ensinar
  • deitado – depois da morte

Atenção que o senhor teve mais estado certamente, mas estes são os conhecidos!

Depois de um almoço relaxado fizemos mais uma sesta no carro para ganhar forças – claramente as maravilhas de termos alugado uma mini van, estávamos todos deitados confortavelmente!

Finalmente, tínhamos chegado, chegado ao derradeiro desafio das férias – Sigiriya.

Sigiriya, um pedragulho do tamanho de uma pequena cidade no meio nada, e claro que alguém se lembrou e porque não, de construir um mosteiro lá em cima, afinal de contas são só 1200 escadas, ou 1h para os valentes até lá a cima….. eram loucos, só pode!!!

Para mim o mais bonito são os jardins de água aos pés do pedregulho, não que tenha visto muito mais porque com uma no marsúpio e o outro que no final do primeiro “vão de escadas” faz uma birra e pede colo… não há milagres nem super-heróis! Também vimos uns frescos, não os melhores porque esses estão nas alturas e umas cavernas. O meu objetivo era chegar até às patas de leão escavadas na pedra, mas realmente era lá muito para cima. No cume parece que as vistas são de cortar a respiração, eu vi no google e sim senhor vale a pena (para os outros não para mim com miúdos atrás)!!!

Mortos morridos por teremos atingido 3% do objetivo fomos recompensarmo-nos á piscina!!

 

Dia 4 – Kandy

Das melhores coisas das férias são os pequenos almoços, estão de acordo? Comemos tudo o que temos direito, uma omelete, torradas até cair para o lado, fruta, 2 cafés e no final um bocado de waffle só para dar aquele gostinho.

Pois isto realmente é maravilhoso, mas quando não se tem horas de caminho pela frente cheios de curvas… Para combater o mau estar da overdose de comida fomos parando e conhecemos dos melhores templos que vimos na viagem toda.

Nalanda Gedige – um templo num cenário à filme, no meio de um lago e chega-se por um pequeno corredor cheio de arcos. Não vimos nem uma alma, sem ser as dos macacos. O templo está muito bem conservado e repleto de esculturas meias sexuais, um género de kamasutra ali para toda a gente ver!

Também parámos no Spice Garden, ora meus amigos se forem ao Sri Lanka não caíam nesta esparrela. O “spice garden” é um sítio onde mostram as várias especiarias, como são, como crescem, as plantas, fazem experimentar e tal… até aqui super interessante, mas não é pago então sentes-te obrigado a comprar qualquer coisinha para “agradecer” o tempo e a explicação. Eu toda contente começo a fazer nota mental, uhhhh quero aquele que emagrece, e aquele que tira a celulite, ahhh e obviamente o antirrugas natural. O Tini diz que quer o que cheira bem – ?????? Vou ajudar esta plantação penso eu! Só que não…. Cada bocadinho de especiaria, de creme, de porcaria qualquer era um absurdo!!! Às tantas tive que dizer ao Senhor: “Desculpe lá mas este creme de cenas é mais caro que um YSL night repair boião grande!!!!” Saímos de lá com extrato de baunilha e um saquinho de tamarindo a sentirmo-nos completamente ROUBADOS.

Os restantes das estátuas e templos que visitámos não retive o nome e não constam no meu lonely planet, era mais numa de: uuhhhh vamos aquele, podemos? Um que ficámos bastante impressionados é uma estátua de um Buddha gigante no cimo de uma montanha, para não variar, que tinha uma vista inacreditável para Kandy. Foi um por do sol maravilhoso e fomos devorados por mosquitos!

Kandy é a antiga capital quando os ingleses “roubaram” dos holandeses que “roubaram” dos portugueses, que aterraram no Sri Lanka por engano! É uma cidade caótica, banhada por um lago que lhe dá um certo charme, cidade mais westernizada com KFC e bom café! Mas o melhor é mesmo o templo do dente sagrado, não, não estou a gozar a tradução é mesmo assim!! São uma série de templos/ edifícios/ museus, umas boas 3h de passeio. Dita a lenda, e atenção porque toda a gente acredita que é verdade e eu não duvido, que aqui neste templo, debaixo de um teto de ouro encontra-se o tal dente do Buddha (aquele que já esteve em Polonnaruwa). O templo é de facto uma paragem obrigatória, frescos, ornamentos, flores, velas, incensos, é uma mistura de sensações e experiências. O museu que fica na parte superior tem relíquias de cair para o lado, tanto que o Tini amoroso queria oferecer-me um dos colares expostos!! Mais à frente está o museu do Budismo onde mostra como a religião é vista, ornamentada e rezada em cada país onde o Budismo é prominente. E no meio disto tudo está uma igreja – St Paul’s Church – o refúgio dos ingleses!

No final do dia fomos para a nossa “nova” casa onde íamos celebrar o ano novo! Ficámos numa antiga casa senhorial inglesa, daquelas todas de madeira onde nota-se que deverá ter sido incrível nos seus tempos auge. Surpresa das surpresas quando chegamos e perguntamos pelo jantar, que ia ter espetáculo e tal, levamos com um “Sorry Mam, we cancel”. Eu, mando um olhar fulminante ao senhor, daqueles maus, e digo-lhe que não tinha mais nada planeado e que às 7 da noite não ia planear mais nada e que eles tinham que nos servir jantar, e serviram…. Foi tao bom que acabamos no supermercado da esquina a comprar chocolates para tirar o sabor de sabão dos legumes!! Nisto estávamos PODRES, e lá consegui convencer o Afonso a fazer a passagem de ano com outro horário, vá mais cedo umas horas. E assim às 9.30, com o tablet live from Hong Kong contámos para trás (como diz o Tini), saltamos, demos beijinhos, celebrámos e vimos o fogo de artifício!!

HAPPY NEW YEAR – 8 horas à frente de Portugal!!!

Prometo no post – Ultimate Guide do Sri Lanka – dar preços de tudo, hotéis, atrações, cafés (que não são bons) e refeições para vocês ficarem com uma ideia!

Part II under construction!!!