Bali, Indonésia, a sexta e penúltima etapa, desta nossa mega viagem pelo oriente, mas não foi a nossa primeira escolha para esta etapa. O Afonso já conhecia, e eu confesso que nunca esteve na minha lista de prioridades. Mas depois de alguma pesquisa, e por TODAAAA a gente dizer que é TOP lá trocamos o interior da Málasia por Bali.

Bali é um destino bastante na moda, famoso, cool, ou como quiserem chamá-lo. Realmente é uma ilha que tem muito para oferecer, pode se surfar ondas inacreditáveis, mergulhar em águas paradisíacas, beber cocktails ao fim do dia em clubes de praia com cenários idílicos, estar de chinelo no dedo a qualquer altura do ano, passear pelos vulcões, visitar campos de arroz e deslumbrar-se nos milhares de templos hindus espalhados pela ilha. É um ilhão!!!

Mas…… na nossa experiência é uma ilha para férias em casal ou entre amigos, com crianças a coisa complica. E nós somos o oposto de complicado mas, não é dos lugares mais fáceis para viajar com crianças.

Confesso que tinha as expectativas bastante altas: Bali era como a cereja no topo do bolo da nossa viagem à Ásia. Não vou dizer que fiquei dececionada, mas esperava um pouco mais. 

Estivemos 8 dias no total, e decidimos ter apenas duas “casas”, ou basepoint. Fizémos as visitas durante o dia, e ao finaldo dia voltávamos à base, para não cansar demasiado os miúdos, e os pais que isto de mudar de “casa” todos os dias é uma estafeira!

Quando aterrámos fomos muito bem-recebido por um dos funcionários das Villas onde ficámos em Ubud. Quando se tem crianças muito pequenas, já não se tem vontade de aterrar e ter que negociar carro, hotel e refeições. Há coisas que temos que assegurar para o bem-estar e evitar desgaste da família.

1º stop – UBUD

Ubud está a uma boa hora e meia sem trânsito do aeroporto, e é uma vila perdida no meio da selva; eu diria que é, de certa forma, o coração de Bali.

Ficámos num pequeno hotel composto apenas por 6 villas, fora do centro de Ubud. Maravilhoso! Com uma piscina mergulhada na selva e com soundtrack da dança dos macacos!

Tivemos imensa sorte porque apanhámos um dos festivais mais giros da ilha – Neypi day – ou o Dia de ano novo Balinês! No fundo são vários dias de festa, género festa cigana, só que é Balinesa! Mas esta história fica para outro dia porque senão nunca mais saía daqui!

Ubud é perfeito para quem quer estar em contacto com a natureza. Nós tivemos a sorte de, no meio do episódio de varicela da Emma, ainda conseguir gozar a cultura balinesa.

Assistimos a vários espetáculos de danças típicas balinesas, que tinham como papel de fundo os seus templos centenários. Simplesmente de cortar a respiração. Visitámos 151 mil templos, uns maiores, uns mais pequenos, outros perdidos no meio da selva, ou no meio dos arrozais. Templos em todo o lado!

Monkey Forest ou a floresta dos macacos é uma paragem obrigatória. Eu não sou a maior fã de macacos, o Afonso também não morre de amores, mas os miúdos alinham em tudo, e se estávamos em Ubud tínhamos que ir, nem que só espreitar. Macacos em todo o lado, é um facto.. Os macacos são uns ladrões, e ainda por cima dos bons. A estratégia passa por: um distrai-te e quando dás a volta, outro já te roubou o que queria – neste caso foi um brinquedo da Mimi. Confesso que estava furiosa e era capaz de ter feito algum mal àquele macaco, se o tivesse apanhado. Passando o episódio do roubo, é uma floresta maravilhosa, cheia de cantos e recantos!

O resto do nosso tempo foi dedicado não só aos campos de arroz mas também, e o mais importante de tudo, ao festival de Neypi day. Com os “dragões” como lhe chamava o Tini, ou os ogoh-ogoh.

As distâncias entre os lugares, as condições da estrada e o tempo que se tarda de um lado para o outro é desmotivante. Sobretudo quando se tem dois bebés. Não se tem a mesma pré-disposição para estar horas num carro, a saltar de sítio em sítio. Tendo isto em conta, aproveitámos o dia de mudança de “casa”, do norte para o sul da ilha, para fazer um tour mais prolongado e profundo dos arredores de Ubud. Negociámos um táxi com um condutor/ guia e foi um dia em cheio, com as highlights em:

Más – uma vila ao lado de Ubud, o centro de artesanato da ilha, fortissímo nas madeiras, desde camas, a roupeiros, até janelas – que foi o que nós trouxemos!

Tegallalang Rice Terraces – o famoso sítio dos arrozais. Sem descrição, apesar de estar apinhado de turistas é realmente um lugar lindo de morrer!

Tirta Empul – um importante complexo de templos e nascentes sagradas da montanha. O local serve como cenário lendário de um conto tradicional sobre o bem contra o mal. A nascente alimenta vários banhos de purificação, e o ritual é purificar a alma tomando banho nestas águas, passando pelos diferentes jactos de água – cada um purifica uma parte. Pelo menos foi o que percebi, sendo que escolhemos só o pior dia do ano para ir [é um dos rituais de fim de ano, a purificação da alma nestas àguas]. Eram centenas de pessoas, verdadeiras e crentes, nós não pintávamos nada ali, apenas uns turistas que tiveram a sorte de ver o templo no seu melhor!

Estivemos horas perdidos a explorar as aldeias, e passámos aos pés do um vulcão [Batur], ao lado de uma cascata, por antigas cidades imperiais, e milhares de vales e montes cheios de o que um dia será arroz!

Foi uma mudança drástica quando de repente deixamos a selva e entrámos no caos da cidade. Dos dias que estivemos lá nunca percebi onde começa, ou onde acaba, mas é um verdadeiro caos. Carros, motas, pessoas, tudo por todo o lado. Aquela banda sonora, a que já estávamos habituados, o cantar dos pássaros com a melodia dos outros bichos da selva, passou a buzinas de carro e pessoas a gritar. Um choque de realidades, a tão poucos quilómetros de distância.

2º Stop – Nusa Dua

Antes de irmos para o hotel, decidímos parar no hospital para ter a certeza que a Mimi não estava a ficar pior. A cara, corpo eraumaverdadeira erupção de borbulhas malditas, o humor dela a piorar, e a tempertura a aumentar. Não queríamos arriscar ela não estar bem para fazer a viagem de volta, afinal ainda eram muitas horas de avião.

Com um antibiótico na mão, e mais descansados fomos finalmente ver a nossa “nova casa” de Bali. Depois de algumas confusões e trocas de quarto [quando marcas hotel por um terceiro que acaba por cobrar o dobro e aldrabar a reserva para um quarto individual… e esta??? Cuidado com o site AGODA], finalmente depois de um manager de hotel incassável, aterrámos na, talvez arrisco a dizer, melhor “casa” da viagem!

Estávamos em Nusa Dua, na praia, eram os últimos 4 dias de Ásia, tinham que ser aproveitados à grande. Aproveitámos para fazer muita praia, a Mimi dormia e recuperava, enquanto o Tini estava em loop no escorrega da piscina, o Afonso lia noticias, e eu fingia surfar. Foram uns dias TOOOPPP!!

Ao fim do dia íamos sempre passear, fizemos:

Templo do Uluwatu, que é simplesmente um dos templos mais WOOOW da ilha. Numa encosta, com uma vista daquelas de sustenter a respiração. Só se vê as linhas das ondas a entrar na costa…. Daquelas imagens que ficas 5 minutos a olhar, e sempre que fechas os olhos fazes um click – fotografia mental. Ficámos para o espectaculo dos “Teka Teka” como lhes chama o Tini, uma dança típica ao fogo. Vale muito a pena. Dica – começa às 6.30 da tarde, mas chegue algum tempo antes para ter um bom lugar.

Outro dia fomos à famosa praia de Jimbaran, comer marisco……. Bom, é uma experiência, mas é só mesmo isso. Em termos de marisco, deixa um bocadinho a desejar. Vivemos num país com um dos melhores mariscos do mundo, o de água fria, e vamos para uma ilha no meio do pacifico à espera de milagres??

E nas outras noites fomos explorar a zona “turística”. Vá, no fundo, eu fui as compras! E acabámos naqueles beach clubs todos cools e cheios de pinta – Ku de Ta, Potato Head e o melhor de todos e mais calmo e bonito, o Métis.

Foram 8 dias super cheios quando tens dois bebés, e em que um tem varicela em modo apocalíptico. Aliás, até acho que esticámos a corda!

Veredicto final: ADORÁMOS UBUD, ADORÁMOS, ADORÁMOS!! O resto, faltou-nos muito, mas ficou um bocado na lama, sobretudo a seguir a Ubud. As praias não são nada de especial, se compararmos com as nossas. Tudo é longe, tem que se ir de carro, há transito. Não é prático. É um género de férias para um tipo de turista que não somos nós. Achámos (fora de Ubud) pouco genuíno, mas que é normal, com a quantidade de turistas que têm, é difícil não se adaptarem. As cidades são grandes, sujas, barulhentas e mergulhadas na venda de tudo o que gira à volta do surf. Por outras palavras, se tivesse ido só com o Afonso tinha adorado, mas aí tinha alugado uma mota, tinha ficado em mais sítios e visto mais coisas. Com crianças, achei limitante.

E vocês qual é a vossa experiência de Bali?

Boas viagens

F