Finalmente íamos para a praia. Uma pessoa só se sente realmente de férias quando pisa a areia, e dá um mergulho!

Koh Lanta não foi a nossa primeira escolha, mas a combinação de fatores que reunimos levou-nos até lá. Queríamos ir para uma parte da Tailândia que ainda não conhecíamos, que não fosse ridículamente turística, dentro do budget, e acima de tudo com boas praias para os miúdos.

   

Voámos para Krabi (sudeste da Tailândês), com uma das companhias áreas locais – Air Asia – encontrámos todos os voos através do Skyscanner que é fácil, descomplicado e rápido, e depois marcámos pela companhia que é mais barato e oferece mais opções. Como sabíamos que íamos chegar a meio da noite, e com duas crianças que estariam provavelmente a dormir, procurámos marcar um transporte/ táxi para evitar negociações àquelas horas.

Não se deixem enganar pelas distâncias, a Tailândia [e a maioria da Ásia] não é Europa, tudo demora: as estradas são pequenas, cheias de curvas, de gente e buracos! Eram 93 quilómetros do aeroporto até ao nosso hotel, demorámos 2 horas e pico em plena noite, não conseguimos apreciar nada, os miúdos estavam exaustos, e dormiram a viagem toda. Depois de várias pontes, 50 aldeias, e 350 mil hotéis/ alojamentos, e afins, finalmente chegámos ao nosso – Baan Laanta Resort.

Bom, aqui tudo é considerado um resort, não estamos a falar de propriamente um Hilton, ou de um Melia! Encontrámos o nosso Baan Laanta Resort através do Booking, e o que me conquistou foi a vista. O “resort” era composto por meia dúzia de bugalows, uns em cima da praia, outros na encosta, uma piscina, um barzinho de praia, e um restaurantezinho com a melhor salada de papaia do mundo!

Ficámos 5 dias neste pequeno paraíso perdidos do mundo, mas cheios de aventuras.

No primeiro dia, ainda a ambientarmo-nos ao jetlag e ao calor tropical, fizemos piscina-praia e praia-piscina 150 mil vezes. Mas claro, nos primeiros 7 minutos de praia tivemos a nossa primeira peripécia! O Tini foi vilmente atacado por uma pedra que estava a viver a vida dela pacatamente até ele aparecer. Começaram os berros, saímos da água a correr, o staff todo à nossa volta, e uma ferida minúscula com um fiozinho de sangue. Parou tudo, kit primeiros socorros, a betadine explodiu, o pé dele todo manchado e não vamos sequer falar das minhas mãos! 4 pensos uns em cima dos outros e problema solucionado. Depois disto tudo, seguiu-se o número de ir à praia, encontrar a pedra, ralhar com a pedra, e pô-la de castigo!

  

Terminámos o dia em grande com as meninas do restaurante a fazer de babystters da Emma, o pequeno terrorista a ralhar com todas as pedras da praia (porque são amigas da outra má), e os pais a gozar de cervejas frescas, salada de papaia e muito pad thai.

Estava tudo perfeito até que no segundo dia, sim segundo dia, o Tini apareceu com umas marcas nas costas. Como calma e relaxada que sou, comecei logo a refilar que as camas tinham bicho, e que ele, coitado, tinha sido devorado – claro que pedi para mudarem logo tudo. O Afonso muito calmo diz-me: “Olha que parecem as borbulhas da varicela”. Ao qual levou logo a resposta simpática e meia em pânico: “Tás parvo? Ele já teve no nosso casamento, não te lembras?”

Uma hora mais tarde as borbulhas triplicaram. Fomos até ao hospital que ficava no outro lado da ilha, onde fomos lindamente atendidos, e se esperámos 10 minutos foi muito. Umas senhoras enfermeiras e médicas amorosas, com um sorriso de orelha a orelha e um inglês macarrónico, deram uma olhadela de 3 segundos, e a conversa foi:

– This chicken pox, Ma’am;
– No, No, No, Not possible, he already had chicken pox
– 
Yes, Yes, Yes possible, Ma’am, this chicken pox”

Acho que as podia ter morto ali por uma questão de segundos. Ao 4º dia das nossas férias de um mês ele apanhou varicela PELA SEGUNDA VEZ??? Qual é a probabilidade?

E começaram os 5 dias de varicela, os primeiros 2 dias as borbulhas aparecem, depois são 3 dias de febre, comichão e mau estar, quando finalmente começam a secar e já está tudo bem!

O Tini, no meio da sua varicela, foi um herói!! E eu, agradeço por todas as dicas e mezinhas que me deram. Encontrar os ingredientes foi um desafio, mas nada que o google translator não ajude a solucionar! Banhos de farinha maizena, mel e aloé vera – tudo funciona (alivia a comichão e seca mais rápido as borbulhas), não sei se em conjunto ou em separado, mas nós fizemos tudo e várias vezes!

Acabámos por fazer um terço do planeado, e não tínhamos quase nada planeado!! Mas ainda assim estando no sul da ilha e perto do parque nacional conseguímos dar um saltinho para um mini passeio, dar uns mergulhos em diferentes praias, e visitar uma cascata nos confins na selva! O Tini animava-se mais com os elefantes que viviam ao nosso lado e os passeios à beira mar ao fim do dia!

  

Koh Lanta podia ter sido muito diferente, existem praias lindíssimas que ficaram por explorar, e muitos passeios por fazer. Passámos 5 dias calmos e com muita pinta (para cuidar e tratar).

No nosso último dia da ilha, o quarto dia de bebé variceloso, o Tini já estava impecável, já ria, saltava, comia tudo e mandava as suas piadinhas! E assim fomos até ao porto na parte de trás de uma caixa aberta, nós, outros turistas, e todas as malas!

Next stop Ko Phi Phi e sem varicela!

Não percam o próximo episódio, porque nós também não!!!!

Boas viagens 

F