Viajar é sinónimo de alegria, liberdade e bem-estar, o que faz com que muitas vezes não pensemos naquelas coisas chatas, mas importantes, como as doenças! É crucial na preparação de uma viagem informarmo-nos sobre as medidas de prevenção devemos tomar. Para cada país/ região existe um cuidado a ter, cada um tem as “suas próprias” doenças.
Graças às intensas investigações, hoje em dia, existem vacinas para quase todas a doenças do mundo. Muitas destas vacinas podem ser administradas a crianças. A saúde em viagem é muito importante!
O primeiro passo a seguir é marcar uma consulta do viajante – clique aqui para acesso direto. Não há blog, Facebook chat ou fórum nenhum que subsitua a ida ao médico, a um especialista. As doenças estão sempre a evoluir, os surtos começam e acabam, por isso nunca tomem nada por adquirido. Mais vale prevenir do que depois arrepender-se, não concordam?
Nota: Marquem a consulta do viajante com tempo, idealmente 6 a 4 semanas antes da viagem!
Quais são as vacinas recomendadas para viajar pelo mundo?
Escusado será dizer que TODOS temos de ter as vacinas em dia: o tétano, varicela, VASPR/ MMR – sarampo + parotidite + rubéola – e afins. Para aceder ao plano nacional de vacinação português clique aqui.
Deixo vos aqui uma lista das doenças mais comuns e os países onde elas ainda vigoram.
Nota: alguns destes dados podem não estar atualizados, não dispensem uma ida ao médico e de visitar o site mundial de saúde (WHO) – onde podem ver por país as vacinas recomendadas.
Hepatite A
Esta doença é uma infeção é transmitida pelo contato com doentes ou produtos infetados – alimentos e água.
Os sintomas da são: problemas gastrointestinais, fraqueza, sonolência, dor de cabeça, perda de apetite e seguido, dias mais tarde, pelo aparecimento de icterícia.
É uma doença que se intensifica com a idade, podendo passar despercebida em crianças. A vacinação é recomendada para pessoas que viajam ao redor do mundo.
Crianças: recomendada a partir dos 12 meses.
encarnado – risco elevado; laranja- risco médio; cizento – risco baixo
Hepatite B
É uma doença normalmente transmitida pelo sangue (transfusões, instrumentos cirúrgicos, agulhas de seringas, tatuagem e acupuntura) e pelo contato sexual.
É uma vacina que está no plano nacional de saúde português, caso não tenham sido vacinados considerem se vão alguma área onde existem muitas pessoas infetadas. A imunização para este tipo de doença requer tempo: são três injeções aplicadas num período de seis meses.
Crianças: é uma doença que está no plano nacional de saúde e é administrada no primeiro ano de vida.
encarnado – risco elevado; laranja- risco médio; cizento – risco baixo
Febre Tifóide
Trata-se de uma doença infeciosa grave, geralmente encontrada em todos os países exóticos com climas quentes. Em particular, devem ser vacinadas as pessoas que planejam permanecer em áreas rurais dos países tropicais.
Os sintomas são: febre alta, insónias e cefaleias.
É uma infeção que se transmite pela através das carnes mal cozidas, bebidas ou alimentos contaminados. A melhor forma de prevenir é manter os níveis de higiene, não se esqueçam: lavar as mãos, lavar verduras e frutas, dar preferência a alimentos cozinhas, beber água engarrafada e evitar contacto com águas paradas.
Crianças: a partir dos 2 anos, mas a vacina de micróbios vivos atenuados (Via Oral) só está autorizada depois dos 6 anos. A dose confere imunidade (protege) 7 dias após sua administração. É necessário revacinar após 3 anos se a exposição se mantiver.
encarnado – risco elevado; laranja- risco médio; cizento – risco baixo
Cólera
É uma doença presente em quase todos os países em desenvolvimento. Apenas se aconselha a vacinação para estadias prolongadas em áreas de alto risco, principalmente para profissionais de saúde trabalhando durante surtos de epidemia (alguns países da África e certas zonas da Ásia, Indonésia e América Central).
A melhor forma de prevenir é manter os níveis de higiene, não se esqueçam: lavar as mãos, lavar verduras e frutas, dar preferência a alimentos cozinhas, beber água engarrafada e evitar contacto com águas paradas.
Crianças: a partir dos 2 anos, três doses com intervalo de uma semana entre cada toma. Maiores de 6 anos devem tomar duas doses com intervalo de uma semana.
encarnado – risco elevado; amarelo – risco médio; cizento – risco baixo
Raiva
A infeção transmite-se pela mordedura, arranhão, lambedura ou contato com a saliva de um animal infetado.
A doença é normalmente transmitida por cães, gatos e morcegos. Macacos, raposas, coiotes, chacais, linces, mangustos e outros animais selvagens são também podem transportar a infeção.
Os sintomas são: sensação de apreensão, ansiedade, cefaleias (dores de cabeça), febre, mal-estar geral, parestesias (alterações da sensibilidade), prurido (comichão), disfagia (dificuldade de engolir), hidrofobia (medo da água), convulsões e nalguns casos paralisia. A doença evolui invariavelmente para a morte.
Crianças: não existe idade mínima para administração desta vacina
Poliomielite
Ou pólio, é uma doença muito contagiosa e atinge principalmente as crianças. A infeção ocorre através de alimentos e água contaminados.
Os sintomas são: febre, rigidez do pescoço, fadiga, dor de cabeça e vômitos.
Crianças: está no plano nacional de vacinação português e as crianças são vacinadas no primeiro ano de vida.
Encefalite meningocócica
O risco da doença ocorre principalmente na África Central, mas casos podem ocorrer na Ásia e na América do Sul. Aconselha-se vacinação caso vá para um destes destinos.
Os sintomas são: rigidez do pescoço, dor de cabeça e erupção cutânea.
Crianças: a partir dos 3 meses.
Encefalite estival ou da carraça
Apesar do nome carraça, estas não são as únicas portadoras da doença, sendo também transmitida pelo consumo de leite não pasteurizado. A doença “vive” em zonas florestais (até uma altitude aproximada de 1400m) que se estendem da Alsácia até à Sibéria e a maioria dos casos ocorre de Abril a Novembro. Para evitar picadas de carraças use calças compridas com calçado fechado quando passear.
Os sintomas são: febre, dores musculares e calafrios, parecendo uma gripe evoluindo depois para a fase da encefalite em si com paralisia e sequelas permanentes.
A vacinação é a única forma de combater esta doença pois não há tratamento. É recomendada para estadias superiores a 3 semanas nas zonas de risco principalmente durante o Verão.
Crianças: a partir dos 12 meses. Três doses, a segunda dose 1-3 meses depois e a terceira 5 – 12 meses após a segunda dose. O intervalo entre a primeira e a segunda doses pode ser encurtado para 14 dias, mantendo-se o intervalo de 5 – 12 meses entre a segunda e a terceira doses. Se se mantiver o risco de exposição um primeiro reforço deve ser administrado até 3 anos após a terceira dose.
encarnado – risco elevado; cizento – risco baixo
Doenças transmitidas por mosquitos
Como prevenção a estes bichos transportadores de muita porcaria, usem: redes mosquiteiras, repelentes nas partes expostas do corpo e roupas largas e compridas. O mosquito, tipicamente, pica de madrugada e ao pôr-do-sol.
Febre amarela
É uma doença bastante comum em países de desenvolvimento sendo a transmissão feita pela picada de mosquito em altitudes abaixo de 2300m. Não existe nenhum tratamento sendo a vacina a única forma de prevenir eficazmente a doença. A vacinação da febre amarela é requisito de entrada (obrigatório) em muitos países.
Os sintomas são: febre, cansaço, cefaleias, mal-estar e dores musculares podendo evoluir para uma fase mais grave com icterícia, hemorragias do trato gastro-intestinal e morte.
Crianças: dos 6 aos 9 meses apenas indicada para casos de emergência, a partir dos 9 meses duas doses, uma aos 9 meses e um reforço aos 4 anos. (verifique com o médico).
encarnado – risco elevado; laranja – risco médio; cizento – risco baixo
Malária
Outra doença ou um parasita chamado plasmodium e é transmitido por mosquitos. Infelizmente ainda não se descobriu uma vacina, sendo a prevenção feita por uma profilaxia – compridos.
Os sintomas são: febre, dores musculares, dores de cabeça frontais, dores articulares, náuseas, vómitos e calafrios – parecem uma gripe muito forte.
Crianças: a profilaxia não é recomendada a crianças pequenas pelos seus efeitos secundários, mas alguns médicos aconselham.
encarnado – risco elevado; laranja – risco médio; cizento – risco baixo
Dengue
É uma doença muito parecida com a malária, mas em vez de ser um parasita é um vírus. A dengue tem uma “irmã” ou uma complicação chamada dengue hemorrágico, uma doença mais grave e que tem que ser tratada com rapidez.
Como a malária, dengue não tem vacina disponível, podem ser tomados medicamentos para aliviar as dores. ATENÇÃO: NÃO DEVEM TOMAR qualquer medicamento com ácido salicílico (ex: aspirina), nem outros anti-inflamatórios, uma vez que aumentam o risco de hemorragia.
Os sintomas são iguais aos da malária juntando-se manchas na pele. Quando contraí Dengue Hemorrágico juntam-se aos sintomas de dengue dores abdominais severas e contínuas, pele pálida, fria e húmida, sangramento pelo nariz, boca, gengivas, manchas negras na pela, vómitos, sede excessiva e dificuldade respiratória.
Encefalite japonesa
Uma doença bastante grave transmitida por mosquitos onde 1/3 dos infetados acaba por falecer e 1/3 permanece com sequelas neurológicas irreversíveis. Devido à gravidade é fortemente recomendada a profilaxia – comprimidos – em caso de estadia prolongada (superior a 30 dias) em algumas regiões da Ásia – em zonas rurais e principalmente na estação da chuva.
Crianças: a partir dos 12 meses.
Quando lemos tanta doença junta, ficamos um bocado assustados, pelos menos eu fico. O importante a reter, deste post, é que doenças existem e nós precisamos de nos prevenir a nós e aos nossos filhos.
As vacinas que tomamos são o nosso último recurso quando todo o resto falha – higiene e cuidados em viagem!
Boas viagens
F
Nota: os mapas foram tirados da net e alguns podem estar desactualizados
