Esta manhã quando postei uma fotografia de uma mãe acabada com uma bebé cansado e doente. Nunca pensei ter tantos comentários, pessoas a partilhar as suas experiências e tanta gente a dar-me força. Obrigada a todos que o fizeram!! Together we are better!
Este é um post sem nexo, é um desabafo esquizofrénico da minha viagem como mãe.
Mãe, ser mãe, ter mãe, é o primeiro conceito da nossa vida. É o primeiro amor da nossa vida. E depois passa, vira, deixas de dar valor à tua mãe, gozas a vida, sais à noite, tens amigos, fazes a tua vida. Mas de repente és mãe e caí-te a ficha, a ficha de um amor incondicional que não sabias ser possível de existir, e esse amor que cresce todos os dias, um género de universo sempre em expansão. E cai-te a ficha de tudo o que a tua mãe fez por ti, e o que realmente és para ela.
Ser mãe, ter mãe é maravilhoso!
Ser mãe é a melhor coisa que já me aconteceu, é o melhor sentimento do mundo!
Mas ser mãe é tão mais difícil do que o que se vê nos filmes. As crianças não acordam comidas, ou vestidas. A comida não se compra feita, quer dizer, até se pode comprar-se, mas prefiro fazê-la. Uma opção minha, eu sei!
Primeiro não sabem comer e dependem totalmente de ti, ou da tua maminha.
Depois aprendem a comer e passas horas a na cozinha a inventar receitas novas, com novos ingredientes para ter a certeza que eles só vão comer o melhor que há.
E por fim, já têm opinião e só querem chocolates, bolachas e gelados… tanta hora passei eu na cozinha e agora é assim que me pagas??
Mas depois dão-me um beijinho, um abraço ou dizem “I love you”, e toda a birra, o quero e não quero, passa… e os meus olhos brilham a olhar para eles.
Estes beijinhos, abraços e atos de carinho funcionam como uma bomba de recarga, tanto de energia, como de paciência! Um verdadeiro boost!
Ser mãe, passa por um malabarismo contorcionista de encaixe de vida de casal, de amiga, de mãe, de filha. O tempo é escasso, mas mesmo assim arranjamos maneira de ser tudo isso e mais – mulher, gostarmos de nós para nós!
Depois há coisas que quando penso fico louca.
Como mãe uso fraldas descartáveis, e quando penso na quantidade de fraldas que já gastei fico triste e descontente com a minha parte na poluição da terra. É claro que já pensei em passar para as fraldas ecológicas que se lavam, mas eu nem tenho tempo para lavar a roupa toda, vou lá ter tempo para lavar fraldas de pano.
Tento compensar a minha pegada ecológica com outras coisas, mas nas fraldas não consigo. Talvez me falte força de vontade…
E claro, o tema dos miúdos e suas doenças. Eu sei que tenho umas crianças especialmente dotadas a apanhar qualquer e todo o vírus que está no ar. [Quem é que vai um mês de férias e tem os dois com varicela, em momentos diferentes da viagem – portanto TODA a viagem? Eu claro!!!]
Confesso que por eles estarem tantas vezes com ranhos, febres, otites, bronquiolites, entre outros, sou mais calma e relaxada no que toca a doenças e febres. Mas ontem, pela primeira vez fiquei preocupada e fui ler tudo sobre potenciais convulsões devido a temperaturas corporais elevadas. A Emma fez 3 dias de febrões de 40 graus, porque apanhou um vírus do irmão, que apanhou do Afonso, que apanhou sabe-se lá de onde…. São noites de vigia, de banhos para baixar a febre, de mimo e de no sleep.
Faz parte, claro que faz, mas isto ninguém fala no curso de preparação para o parto/ ter uma criança!
O que quero dizer é que as pessoas têm tendência em mostrar o lado bom da vida.
Eu genuínamente acredito que é isso que as pessoas procuram quando estão a “surfar no instagram” – ver pessoas divertidas, férias perfeitas, família pipocas, no fundo perder-se um pouco na vida dos outros e esquecerem-se da sua. É isto, acertei? Pelo menos é o que eu faço.
Mas depois apago o telefone, e estou de volta aos meus dois amores com ou sem doenças e à vida de mãe, mulher, sopeira, blogger-wanna-be e ao dilema de – o que é que faço agora que a licença de maternidade acabou e já não tenho trabalho?
Eu adoro o cor-de-rosa, os unicórnios e balões que a vida me dá, mas para ser uma verdadeira pessoa, mulher, mãe tem que se encarar o cor-de-rosa e o preto, cinzento ou azul às bolinhas da vida.
Só assim o cor-de-rosa terá mais valor, ou estarei enganada?
Sem mais assunto, e força mães we can do it!
F
Belo texto! Revejo-me em tanto!! És uma super mom! Beijo
Varicela em viagem – been there done that!!
Ahaha…
💪🏻💚
Marcas de guerra!!! Uma viagem que nunca vamos esquecer!!!